Abra a cabeça!!!!!!!!

Abra a cabeça!!!!!!!!
"Se a única ferramenta que temos é um martelo, todo problema será reduzido a prego"

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

SEXTO ANO - RELIGIÃO/ DIVERSIDADE CULTURAL

Autoras: Vanessa de Carvalho Faria Menezes e Sabine Mendes Lima Moura
Disciplina: Língua Portuguesa
Série: 5º série
Duração: 4 tempos de 50 minutos cada ( Textos 1 e 2 trabalhados em 2 tempos: Pré-Leitura – 15 minutos; Leitura – 40 minutos e Pós-Leitura: 45 minutos)
Material necessário: Música ( texto 2), cópias dos textos utilizados e das perguntas sugeridas em apostilas separadas).

TEMA – PLURALIDADE CULTURAL
· O que significa a religião em nossa dia-a-dia?
Apresentação – Dar a oportunidade aos alunos de conhecerem o verdadeiro significado da palavra religião e expressarem-se acerca de suas religiões e/ou de suas famílias ou de seu ateísmo, incentivando o respeito à diversidade religiosa e a convivência baseada no tratar aos demais como gostaríamos de ser tratados, independente de religião.

Objetivos principais - Incentivar a Leitura Crítica e a Produção voltada para Habilidades Específicas.

Gêneros textuais trabalhados - artigo e letra de música (poesia livre)

Detalhamento das características dos textos trabalhados – os textos escolhidos como material didático apresentam as seguintes características:

TEXTO 1 – Para botar fé!
Disponível em: http://ich.unito.com.br/view/2026

Gênero textual – artigo

Objetivo – entender o significado da palavra religião e iniciar uma debate sobre a religião na vida dos alunos.

Contexto de produção – este artigo foi publicado pela revista Ciência Hoje para crianças e escrito por Georgina da Costa Martins, escritora de livros infantis.

Modo de organização discursiva predominante – exposição / argumentação

Recursos lingüísticos utilizados – palavras- chave: religião, fé, História da Humanidade.
Presença de discurso indireto como forma de aproximar o leitor do tema abordado, simulando um debate.

TEXTO 2 – Se eu Quiser Falar com Deus de Pedro Mariano
Disponível em: http://letras.terra.com.br/pedro-mariano/105592/

Gênero textual – letra de música/ poesia livre

Objetivo – envolver os alunos em uma forma poética de falar sobre suas crenças, estejam elas ou não relacionadas a Deus; estimular o gosto pela Música Popular Brasileira e a interpretação crítica de textos com características poéticas.

Contexto de produção – a música foi composta por Pedro Mariano e musicada por Gilberto Gil.

Modo de organização discursiva predominante – rimas, poema cantado.

Recursos lingüísticos utilizados – apresenta estrutura em ordem direta, verbos na primeira pessoa ocultando o sujeito para facilitar a canção e não repeti-lo. Predominância de substantivos abstratos e concretos dando forma e rimas ao poema musicado.


ATIVIDADES DIDÁTICAS

TEXTO 1 – Para botar fé! e texto de apoio

Pré – Leitura
Antes de iniciarmos a leitura do texto é necessário abrir discussão em sala com o tema religião. Saber se os alunos realmente entendem e respeitam outras religiões que não seja a dele. Começar a discussão de maneira simples e polêmica, com perguntas do tipo:
· O que é religião?
· Qual é a sua religião? Em que ou em quem você acredita?
· Você tem conhecimento de quantas religiões existem no mundo?
· Será que conversar sobre religião é tão simples quanto parece ou ela tem sido motivo de desentendimentos? Porquê?
Organizar uma tabela no quadro negro com o nome das religiões representadas pelos alunos e uma coluna para ateísmo e sem religião, pedir aos alunos que ajudem a completar o quadro com as características principais de cada uma das escolhas.


Leitura do texto

Leitura silenciosa do texto 1e do texto de apoio, seguida de debate, tirando dúvidas sobre vocabulário.

Agora que você já leu o texto principal e o texto de apoio “Um ou Muitos Deuses” explicando diferentes crenças e o que realmente significa a palavra religião em sua essência, responda as seguintes perguntas:
1. O texto possui várias perguntas, tanto na sua introdução como em seu desenvolvimento, o autor consegue responder a todas elas?
2. É de fácil entendimento a linguagem do texto? Podemos identificar o público alvo que o autor quer atingir? Sua linguagem é formal ou informal?
3. Em que outra disciplina poderíamos utilizar este texto como uma intertextualidade? Você consegue identificar o caráter histórico do texto?
4. Os dois textos se relacionam entre si? Retire todas as palavras que aparecem no primeiro texto com o mesma classe gramatical apresentada no segundo.

PÓS-LEITURA
Dividir a turma em grupos com alunos de diferentes religiões e pedir a eles que escrevam uma redação sobre as coisas positivas que vêem na religião de seus colegas. (Caso a pré-leitura e essa atividade de pós-leitura sejam dificultadas pela predominância de uma religião ou não tenham religião, podemos pedir que as atividades sejam feitas a partir do que os alunos entendem das diferentes religiões que vêem representadas na mídia ou de que já ouviram falar).


TEXTO 2 – Se Eu Quiser Falar com Deus

Pré – Leitura

Antes de ouvirmos a música cantada por Gilberto Gil, vamos fazer uma reflexão sobre a palavra Deus. Quem é Deus? Qualquer um pode falar com Deus? Somos realmente ouvidos por Ele? Quem não acredita em Deus, acredita em outro ser divino capaz de ter forças ligadas ao universo?
Essa música trata de um Deus único, aparentemente católico. Vocês poderiam a partir da música reconhecer a religião desse Deus? Ou será que o meio no qual estamos inseridos que responderá a essa questão?

Leitura
Tocar a música e pedir para que os alunos descrevam o que sentiram ao ouvi-la.

Agora que ouvimos a música de composta por Pedro Mariano, musicada por Gil, podemos responder a mais algumas questões.
1. A letra dessa música foi escrita pela ordem direta do discurso?
2. Que estrutura frasal possibilita a identificação dessa ordem?
3. Sem modificar o tempo verbal, passe esse poema musicado para a terceira pessoa do singular. Quais foram as palavras modificadas?
4. Os substantivos foram alterados? Classifique todos os substantivos encontrados.

Pós-leitura
Pedir para que os alunos organizem no mural da escola um título “ Como falamos com Deus ? Quem é Deus para nós?” colocando cópias dos 2 textos e deixando espaço para que todos da escola dêem sua opinião. Depois de uma semana, recolher as opiniões do mural, dividi-las em grupos e pedir a cada um dos grupos que escreva um parágrafo utilizando-se dos comentários dos colegas. Os textos resultantes podem ser revisados e em seguida distribuídos para toda a escola.

TEXTO 1

Para botar fé!
Descubra por que grande número de pessoas segue algum tipo de religião!


Qual é a sua religião?
Aí está uma pergunta que provavelmente alguém já fez a você! Apesar de ser curta e simples, ela pode ter várias respostas! Afinal, no mundo inteiro, há diversas religiões, cada uma diferente da outra. Talvez você não saiba, mas a religião faz parte da cultura e da história dos diferentes povos que as praticam! Mas... por que grande número de pessoas segue uma religião? Será que o ser humano sempre teve crenças desse tipo?

Para começo de conversa, é importante a gente conhecer o significado da palavra religião. Ela vem do latim religio, que significa religar, isto é, ligar novamente. Ora, se algo precisa ser religado a alguma coisa é porque um dia já esteve ligado a ela, certo? Pois bem: religião é justamente o ato de religar-se ao sagrado. É como se uma pessoa tivesse se afastado do sagrado e, ao seguir e praticar uma religião, novamente se ligasse a ele.

Você deve estar se perguntando: mas o que é o sagrado? Vários estudiosos pensaram sobre isso e a conclusão a que eles chegaram foi mais ou menos a seguinte: sagrado é tudo aquilo que não pertence ao mundo dos homens. Ou seja, tudo o que é divino, que pertence às divindades. Por outro lado, o que não é sagrado, ou seja, que não pertence à religião, é chamado profano. Veja o exemplo: um templo religioso é sagrado. Mas e a casa onde a gente vive, é profana? Depende. Se considerarmos, ao pé da letra, que profano é tudo que não é sagrado, sim. Porém... Se profanar for entendido como desrespeitar o que é sagrado, nossa casa não seria uma coisa nem outra.

Isso mostra que tudo aquilo que se considera sagrado ou profano é muito relativo! Afinal, há pessoas que não praticam nenhuma religião e nem acreditam na existência de objetos sagrados. Além do mais, o que pode ser sagrado para alguns, pode não ser para outros. Isso irá depender da crença de cada pessoa ou grupo.

Mas será que os homens sempre foram religiosos? Você acha, por exemplo, que os homens das cavernas acreditavam na existência de algo sobrenatural, de alguma força divina? Enfim, quando tudo isso começou?

Vários pesquisadores que estudam as origens da humanidade -- arqueólogos, paleontólogos e museólogos, entre outros estudiosos -- nunca encontraram um só grupo social que não tivesse buscado respostas para o sentido da vida! Em outras palavras, eles descobriram que não existiu, no mundo, nenhuma civilização que não acreditasse em alguma força divina ou sobrenatural. Ou seja, eles concluíram que não existem povos sem religião.

Em todas as sociedades pesquisadas por eles -- mesmo nas mais primitivas! -- foram encontrados vestígios de que o homem sempre viveu entre o sagrado e o profano, entre valores religiosos e não religiosos. Há centenas de milhares de anos antes de Cristo, por exemplo, viveu na Terra o Homo sapiens. E eles já acreditavam em algo sagrado, como a possibilidade de vida após a morte.

Aposto como você está pensando: como os pesquisadores descobriram tudo isso? É lógico que eles não viajaram numa máquina do tempo! Na verdade, os cientistas fizeram escavações em certos locais e encontraram túmulos onde os mortos foram enterrados junto com os seus pertences e até com comida! Então, concluíram que o Homo sapiens acreditava na sobrevivência do morto ou... na possibilidade de haver vida após a morte! Afinal, para que alguém morto precisaria de alimento, por exemplo?

Muito tempo depois, os pesquisadores descobriam que as pessoas que viveram no Antigo Egito -- quando os soberanos egípcios eram chamados de faraós -- foram enterradas junto com um livro. Essa obra, que ficou conhecida como Livro dos Mortos, indicava o que a pessoa morta deveria fazer na outra vida.

TEXTO DE APOIO

Um ou muitos deuses


Há muitas religiões em todo o mundo e diversas diferenças entre elas. Uma das diferenças que existem, por exemplo, é o número de deuses e de divindades que cada religião apresenta. Algumas religiões -- chamadas politeístas -- partem do princípio que há vários deuses. Outras cultuam um único deus: são as religiões monoteístas.

As religiões politeístas mais conhecidas são o hinduísmo, o taoísmo, o xintoísmo, o confucionismo e as religiões de origem africana, como o candomblé e a umbanda. O cristianismo, o judaísmo e o islamismo, por outro lado, são religiões monoteístas. Há, ainda, o caso do budismo. Essa religião não prega a crença em nenhum deus. Para os seguidores dessa religião, existe algo mais importante do que qualquer deus: Buda, o título dado a quem alcança a iluminação, livrando-se do sofrimento humano, e que se refere, sobretudo, ao fundador da religião.

Cada religião tem suas próprias crenças. Mas a principal crença, sem dúvida, diz respeito à criação do mundo! Para a maioria das religiões, o mundo e o homem são obra divina, isto é, foram criados por um deus, uma divindade, uma força divina. As religiões cristãs, por exemplo, acreditam que o homem foi criado por um deus único e superior aos homens. As africanas, por sua vez, têm vários mitos -- relatos parecidos com lendas ou fábulas -- que explicam a criação do Universo.

Além das mais diversas explicações para a criação do Universo, a humanidade também tenta explicar o fim do mundo e a morte por meio da religião. Na verdade, todas as religiões, desde que o homem está no mundo, sempre tentaram responder às perguntas relativas à existência -- como nascimento, morte, desejo, dores etc.

Diante de tudo isso, podemos concluir que cada religião tem seus símbolos, suas crenças, seus rituais, suas orações e sua forma de oferenda. Mas nenhuma religião é superior a outra. O que existe são diferenças, que devem ser compreendidas e respeitadas. Afinal, mais importante do que as diferenças é o fato de que os praticantes de todas as religiões são humanos e têm em comum a capacidade de viver em sociedade, construir culturas e atribuir sentido para a vida. Por isso, têm o direito de optar e de praticar a religião que escolherem.


TEXTO DOIS

Se Eu Quiser Falar Com Deus
Pedro Mariano
Composição: Gilberto Gil

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

Nenhum comentário: